quarta-feira, julho 21, 2010

Conhecimento


Que julgamos conhecer ?

O que e' o acto de conhecer ?

Poderemos finalmente conhecer algo ?

Tudo puras questões filosóficas, na verdade. Nenhuma pode ser respondida com base em exemplos, pois temos muitas variantes que nos podem iludir, tal como demonstraram vários filósofos ao longo dos tempos...

Mas podemos sempre ter uma pequena perspectiva, com base no nosso conhecimento do dia a dia...

Podemos achar que sabemos certas coisas, que no vasto mar do conhecimento, não passem de uma pequena gota, algo de insignificante...

Apesar de ferozmente defendida pelos filósofos cépticos, a falta de conhecimento não pode existir, pois temos sempre referências, podemos sempre fazer ideia de algo, temos sempre memória de rostos, por exemplo, sendo que assumo como o mais básico dos conhecimentos, a memória.

Mas sera' que nós, no nosso banal dia a dia, com as nossas rotinas, as nossas futilidades, conseguimos de facto ter algum tipo de conhecimento que seja palpável ? Alguma coisa em que podemos realmente fiar-nos de forma a podermos dizer que sabemos algo ?

Eis então que se propõe a ideia de um dia o caro leitor ir visitar uma biblioteca, quiça' de uma pequena universidade, e então dirigir-se, por exemplo, 'a 'area do 'conhecimento' científico... Ao olhar para as prateleiras, porventura descobrira' um vastíssimo leque de livros, todos sobre assuntos semelhantes, mas ao mesmo tempo diferentes...

Começara' nesta altura a sensação extraordinária da percepção da quantidade de conhecimento ali colocada... Começara' a ideia de talvez decidir ler os tais livros todos, de forma a saber mais... Começará a noção de que isso levara' imenso tempo... E chegara' finalmente a conclusão de que o conhecimento total e' impossível...

Se imaginar-mos a quantidade de bibliotecas que temos no mundo, ou mesmo so' no nosso país, poderemos multiplicar a quantidade de conhecimento que se encontra numa pela quantidade de bibliotecas que existem...

Mas ate' agora ainda não foi referido todo o resto : bibliotecas pessoais, a famosa e utilíssima internet, o conhecimento regional, o conhecimento intransmissível sem ser por voz, o também intransmissível conhecimento pessoal, as experiências...

Se somarmos todas estas coisas, descobriremos que o conhecimento afinal esta' totalmente fora de alcance de um único elemento... O total do conhecimento esta' concentrado em todas as coisas que existem, pois so' com todas as partes juntos, e' que ele se revelara'...

Resumidamente, o individual e' completamente insignificante e desprezível, face 'a enorme quantidade de conhecimento existente, tal como uma formiga nos parece inferior e indefesa, mas tudo junto, consegue ser forte o suficiente, para enfrentar tudo o que venha...

Cada um apenas pode saber a fracção de um todo, e hoje em dia isso e' perfeitamente visível em todo o lado, quando temos uma equipa de desporto, um equipa de trabalho, quando duas pessoas se amam, um grupo de amigos, cada elemento destes conjuntos ajudam a definir o conjunto no total, sendo que o conjunto não pode existir sem o conhecimento de todos os elementos, e um elemento so' não tem a capacidade de ter o conhecimento suficiente de um conjunto...

Por isso, porque andamos nós desesperados por saber tudo, se isso e' totalmente impossível ?

Porque não aproveitar para descobrir o que precisamos de saber, e aproveitar o resto do tempo para nos dedicarmos 'a vida ?

Obviamente que muitas vezes, se não procurarmos o conhecimento, perdemos outras oportunidades, mas de que valem essa oportunidades, se na nossa busca infinita pelo conhecimento supremo, não as pudermos aproveitar ?

Tem isto algum nexo ?

segunda-feira, julho 19, 2010

Confiança


Confiança...

O que e' ?

O acto de confiar em alguem, dizer.lhe tudo o que nos vai na mente ?

Esperar que os outros façam alguma coisa ?

Ter sorte ?

Uma palavra aparentemente tão simples, tão inocente, mas que esconde muitas infelicidades por detras da sua afável aparência...

Para uma pessoa saber realmente o que e' a confiança, por quantas mentiras teve de passar, quantos dilemas teve de ultrapassar, quantas mentiras teve de descernir, quantas traiçoes teve de aguentar ?

A confiança não e' algo que se pode obter de um momento para o outro: e' algo que tem de se verificar, que se pode ate' construir, ao longo do tempo, e mesmo assim, nunca poderemos ter a plena certeza de que podemos confiar em alguem...

Isto leva.nos a uma serie de problemas que crescem 'a volta da palavra... A principal pergunta que muitas vezes podemos fazer e':

Como podemos saber se podemos confiar em alguem inteiramente ?

De um certo ponto de vista, nunca o poderemos fazer... As provas estão 'a vista, seja qual for o lado para onde olharmos...

Quem nunca foi desiludido ? Quem nunca acreditou em outrem, mas que acabou por descobrir que foi um erro ?

Familia, amigos, conhecidos, colegas, todos alguma vez acabam por 'trair' a nossa confiança, não correspondendo 'as nossas ideias...

Muitas vezes passam por pequenas coisas, um pormenor ou outro que muitas vezes apagamos da memoria, outras vezes acontecem problemas maiores que nos afectam muito mais no momento, tudo contribui para abalar a nossa confiança nos outros...

Pequenas desilusoes podem trazer consequencias graves, ao serem acumuladas, talvez mais ainda que choques repentinos, mas por vezes, trazem algo de bom, infelizmente, pois abrem os olhos a quem sofre, mostrando.lhe que o mundo não e' a perfeição que lhe inadequadamente acham...

Pode.se afirmar que uma pequena desilusão e' talvez um mal que venha por bem, que nos possa imperceptivelmente preparar para outras ainda maiores... Ou ainda dar uma melhor noção da realidade...

Um ponto de vista talvez um pouco egoísta, mas mesmo assim, corrente...

Deveremos sempre esperar que quando saltamos, nos esperem em baixo, de braços abertos, para nos amparar ?

Mas sera' que a confiança apenas existe de humano para humano ?

Não...

Encontramos relações de confiança entre homem e animal, homem e ambiente, homem e tecnologia...

Todos nós esperamos que algo aconteça quando realizamos uma certa acção... Ao fazermos a simples menção de sorrir, esperamos que a nossa expressão se torne mais agradavel, temos a confiança que conseguiremos transmitir confiança...

Mas como nos sentiremos se isso não se suceder ?

Se por algum motivo, quisermos sorrir, mas não formos capaz de tal, mesmo que façamos um esforço heroico ?

O que acontece 'a confiança ?

Do mesmo modo, pode.se ter um alegre companheiro de brincadeiras, um magnifico cão que nos acompanhe para todo o lado, um fofo gato que nos acarinha quando se vem enroscar em nos, mas se algum dia, estes nos traiem a confiança, eles cometem pura e simplesmente o maior erro da sua vida...

O que leva as pessoas a não confiarem nas outras ?

A sua propria noção de que se os proprios não o são, então os outros também o poderão nao ser ?

O seu conhecimento do ser humano ?

O que nos leva a outra coisa...

De onde vem a noção de confiança ?

Do ser humano unicamente ?

Não parece ser o caso, pois mesmo entre animais podemos ver relações de confiança...

Mas sera' que entre esses animais, a noção de confiança e' levada tão ao limite como no caso humano ?

Havera' tanto medo ?

Tanta desconfiança ?

Tanta tentativa de ludibriar os outros ? Os iludir, arranjando por vezes ainda forma de continuar a ser confiado, quando se ja' provou que e' traiçoeiro ?

Isto leva a outro problema, causado pela desconfiança...

Por ventura, ainda existem pessoas honestas, sinceras, puras, vagueando por ai, talvez mesmo proximo de nos...

Mas como saber quem essas pessoas são ?

Como saber se não levamos a nossa desconfiança ao limite, aplicando.a quando não se devia, quando os outros são realmente sinceros connosco ?

Sera' isto ainda pior que confiar quando nos tentam enganar ?

Desconfiar quando são sinceros ?

Acabar ligações reais ?

Evitar o que e' certo ?

Cometer erros que nunca mais podem ser reparados, pelo simples facto de pensarmos que nos tentam enganar, quando estão a ser sinceros ?

A confiança, uma preciosidade em risco hoje em dia, pode trazer problemas tanto de um lado, como do outro, pois ha' o risco de ser enganado, e de se enganar...

O que poderemos fazer ?

Faz isto sentido ?

Tem isto algum nexo ?

sexta-feira, julho 16, 2010

Isto não faz sentido !!

O que nos faz perder a cabeça e exclamar de repente " ISto não faz sentido !! " ?

Uma revelação bombástica ?

Uma imagem diferente ?

Uma obra de arte ?

Uma situação nova ?

O que têm duas pessoas de diferente, para uma coisa fazer sentido para uma e para outra não ? Porque sim, ha' coisas que fazem perfeitamente sentido para umas pessoas, mas para outras essa mesma coisa pode ser a mais impossível de compreender...

Todos nós ja' passa'.mos por essa experiência, a de querer saber o sentido de algo que para outro e' perfeitamente compreensível, mas que a nós não nos diz nada, e' algo de abstracto, de novo, muitas vezes...

Para os estudantes, esta reacção e' inevitável, pois diariamente a utilizam, quando ha' a presença de uma situação nova.

Para um amante que não e' correspondido, a mesma reacção se verifica, sendo que ela e' utilizada para exprimir a frustração de não perceber o que falhou, ou o de não saber o que se podia ter feito.

Para alguém no desespero, a mesmíssima expressão e' repetida infinitamente, como se ao repeti.la, a situação que causa a repetição desaparecesse por milagre, pela força das palavras.

Por vezes podemos também ouvir um comum " Isto não tem sentido !!", que por sua vez pode ter novas aplicações.

Quando nos encontramos perdidos, esta e' uma das primeiras armas do nosso arsenal orientador, pois a falta de direcções definidas (porque temos sempre direcções por onde ir, mas essas podem não ser as que queremos, necessitamos ou as mais acertadas) leva.nos a pensar que elas não existem, mas muitas vezes estão escondidas nos pequenos detalhes.

Usamos a expressão sentido com diferentes sentidos exprimindo diferentes noções, como uma mantra que nos da' a impressão de melhorar as coisas, muitas vezes usando.a mesmo sem sentido...

Urgira' portanto dar sentido ao sentido ?

Ou poderemos continuar a viver usando as nossas expressões como e quando quisermos ?

O que fara' menos sentido e tera' menos nexo ?